Os ensaios em cabos isolados são essencias para garantir a confiabilidade dos sistemas elétricos. A aplicação de Frequencias Extra Baixa, representam uma avanço na tecnologia que devemos estar atentos para melhorar a qualidade de nosso sistema elétrico.
Evolução de Cabos
Os cabos eléricos normalmente são um item pouco lembrado nas instalações eletricas, apesar de estarem presentes em praticamente todas as instalações. Eles estão presentes em todos os ramos, desde a geração até os mais diversos tipos de indústria de médio e grande porte.
Diferente dos cabos tradicionais que utilizamos em nossas casas, estes cabos tem uma estrutura diferenciada, sendo basicamente compostos por 5 camadas:
- Condutor
- Blindagem ou camada semicondutora
- Sistema de isolação ou dielétrico
- Blindagem metálica
- Proteção externa ou capa externa
Aplicados pela primeira vez no final do Sec. XIV nos EUA e na Europa, estes cabos tiveram uma grande evolução na composição do meio isolante. Os primeiros cabos possuiam isolação em papel impregnado com óleo, posteriormente passaram a utilizar isolações de base poliméricas em poli-cloreto de vinila (PVC), até finalmente chegar as atuais isolações em borracha de etileno-propileno (EPR) e polietileno reticulado (XLPE).
Acompanhar a evolução…
Acompanhando os avanços na tecnologia de isolação de cabos, os ensaios elétricos também estão evoluindo.
Geralmente, os ensaios de comissionamento são realizados utilizando Tensão aplicada diretamente nos cabos em Corrente Contínua (CC). Este tipo de ensaio se popularizou pela facilidade de alcançar altas tensões com equipamentos de baixa potência, em outras palavras, torna os ensaios de campo mais fáceis devido os equipamentos serem menores.
Entretanto, apesar das normas brasileiras estarem alinhadas a este procedimento de ensaio, atualmente a engenharia internacional já reconhece estes tipo de ensaio como prejudicial ao material isolante.
Diversos estudos publicados pelo IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) e pelo CIGRE (Conselho Internacional de Grandes Sistemas Elétricos), além de outros fóruns internacionais apresentam algumas desvantagens na aplicação deste ensaio conhecido como HIPOT-DC.
Entre as limitações deste tipo de ensaio podemos citar, em primeiro lugar, que nem todos os tipos de falha são detectados. Não é incomum após a realização do ensaio, ocorrer a falha no cabo. Outro ponto a ser observado, é que este ensaio provoca uma polarização do material isolante, que também antecipa as falhas, ou seja, um teste que deveria detectar o problema no cabo, pode estar danificando o uma parte do cabo que em breve virá a falhar.
Tecnologia como solução!
O avanço dos estudos de engenharia, chegam a uma solução para este problema, alterando a frequência utilizada nos testes em corrente alternada. Em outras palavras, caso fossem utilizadas as frequencias industriais conhecidas (60 Hz), os equipamentos ficariam muito grandes, como solução, são utilizadas frequências muito baixas (0,1 Hz), o que ficou conhecido como Very Low Frequency (VLF) – Extra Baixa Frequência.
Apesar de ainda não ser normalizado no Brasil, a cada dia é mais empregado em grandes empresas e concessionárias por todo o território Nacional. Estes testes são realizados com base no guia IEEE 400.2 de 2004 que estabelece diretrizes para este tipo de ensaio.
Em resumo, como o cabo deveria se comportar como um capacitor perfeiito, por possuir condutores (blindagem e condutor) separdos por um isolante (Isolação), as pequenas falhas na isolação geram algumas corrente resistivas detectadas pelo ensaio. A comparação fasorial destas correntes permite determinar o grau de envelhecimento ou deterioração da isolação.
Fonte: Blog da Engenharia